Resumen
Este artigo discute o lugar da criança nos espaços urbanos e sua relação com a sociedade contemporânea, tendo como fundamento a ideia de que a cidadania é estruturada a partir da experiência, da apropriação e da identificação dos sujeitos com a cidade. Busca-se dar voz a atores sociais excluídos dos processos de mobilização social. Pela análise da dinâmica socioespacial brasileira, observa-se que as cidades são planificadas sem considerar os desejos e as necessidades das crianças, normalmente confinadas em espaços privados e especializados, o que reforça sua marginalização e segregação social. Fundamentado na participação das crianças em uma coletividade, o artigo evidencia que a apropriação dos espaços urbanos pela infância pode contribuir tanto para a reelaboração da noção de cidade como espaço comum, igualitário e compartilhado, quanto para a construção e a vivência da cidadania na infância.