Resumen
A responsabilidade das organizações pelo ciclo de vida dos produtos tem sido cada vez maior, inclusive com o descarte final, que, se realizado de forma inadequada, pode desencadear problemas de ordem econômica, ambiental e social. Nesse cenário, o Estado buscou instituir instrumentos regulatórios a fim de normatizar os processos, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, por exemplo, que instituiu a logística reversa no país (BRASIL, 2010). Apesar dos avanços, a fiscalização praticada ainda é ineficiente e acaba permitindo uma conduta inadequada das organizações envolvidas. Diante disso, outras organizações passaram a explorar essas lacunas, como a ONG E-Lixo, organização sediada em Londrina que atua nos estados do Paraná e São Paulo. O objetivo do artigo é evidenciar como as lacunas na cadeia produtiva estão sendo exploradas por outras organizações, de modo a produzir inovações nos processos e contribuir para a sustentabilidade. O referencial teórico perpassa os seguintes temas: Cadeia Produtiva, Inovação, Política Nacional de Resíduos Sólidos, Logística Reversa e Sustentabilidade. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa e descritiva de caso único. Quanto aos resultados, verificou-se que esta organização, que atua sob uma deficiência do Estado e das próprias indústrias, agrega uma vertente sustentável aos processos realizados, viabilizado o ciclo completo da cadeia produtiva. Nesse sentido conclui-se que, enquanto a ação do Estado não for efetiva, o trabalho desenvolvido pela ONG E-Lixo pode ser adaptado a outras realidades e replicado de acordo com a necessidade local, correspondendo a uma redução significativa na quantidade de lixo descartado e maior conscientização por parte dos envolvidos.