Resumen
A história recente do planejamento territorial no Brasil poderia ser narrada como uma trajetória continuada, embora não linear, de desconstituição ? política, intelectual e institucional. Este processo é resultado e fator de aceleração do processo de fragmentação territorial que desafia todos os que se preocupam com a necessidade de um projeto nacional digno desta abrangência. O presente trabalho busca identificar e analisar os principais vetores do processo de fragmentação, a saber: grandes projetos de investimento (GPIs), neo-localismo competitivo e o velho regionalismo, com suas redes de clientela-patronagem. Em seguida, são examinados rapidamente os referentes teórico-conceituais dos GPIs e, em particular, do neo-localismo competitivo, que constitui hoje a principal receita distribuída aos países periféricos e dependentes por agências multilaterais e consultores internacionais. Ao final, busca-se explorar em que medida estariam emergindo no processo social contemporâneo tendências e forças capazes de neutralizarem os vetores da fragmentação e conduzirem um projeto nacional, no qual, necessariamente, o planejamento territorial deverá ocupar lugar central.