Resumen
Mediante a retórica do desenvolvimento, se instalam no semiárido nordestino grandes projetos que provocam profundas alterações e reordenamentos no sentido de vida compartilhado por populações locais. Este artigo busca compreender a questão da desmobilização enquanto um fenômeno produzido no contexto de dois conflitos socioambientais no RN: o primeiro é referente à chegada da revolução verde, cujo marco é a construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, até hoje a maior do estado; e o segundo é relativo ao caso contemporâneo de instalação de parques de energia eólica na chamada Costa Branca, litoral norte. O cenário desses conflitos está inscrito na região oeste do estado, que concentra as principais atividades da economia primária e está altamente integrada ao mercado de commodities. Os dados trabalhados neste estudo são referentes à percepção dos estudantes do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ledoc/Ufersa) que, sendo oriundos das comunidades rurais diretamente impactadas por esses projetos, estimam perdas, inconvenientes e constrangimentos mediante considerações pouco recorrentes nos estudos sobre o tema.