Resumen
Este artigo apresenta uma análise estruturalista e pós-keynesiana de ajustes comerciais no Brasil. Baseado no conceito de restrição do balanço de pagamentos (BoP) sobre o crescimento, o artigo investiga qual é a relação entre crescimento do PIB e desvalorização da taxa real de câmbio necessária para a obtenção de um ajuste comercial determinado pela restrição externa. O resultado principal é que, com importações preço-inelásticas e renda-elásticas e baseado em sua estrutura comercial em 2002, o Brasil pode ter que compensar 1% a mais de crescimento com aproximadamente 7% a mais de desvalorização cambial para manter seu saldo comercial estável em termos do PIB no futuro próximo. Além disso, os parâmetros do comércio do Brasil parecem desfavoráveis ao crescimento com estabilidade comercial, isto é, mesmo com crescimento moderado da renda, há um crescimento substancial das importações e, consequentemente, é necessária uma desvalorização também substancial da taxa real de câmbio para evitar uma deterioração do saldo comercial.