Resumen
O uso de modelos na ciência é antigo. O seu grande valor está na possibilidade de organizar a complexidade da realidade em um quadro simplificado, permitindo obter conclusões que possam ser reaplicadas ao mundo real. O uso de modelos para representação da atmosfera tem sido muito difundido, principalmente os modelos numéricos, que são importantes para prognosticar a formação e evolução de sistemas de escala regional, como também avaliar fatores ambientais dinâmicos e termodinâmicos em escala local. O Brazilian Regional Atmospheric Modeling System (BRAMS) é um exemplo de modelo numérico atmosférico, desenvolvido por pesquisadores brasileiros, para representar melhor o estado da atmosfera dos trópicos, que admite resolução suficiente para prognosticar fenômenos meteorológicos, proporcionando bons resultados com diferentes resoluções espaciais para uma mesma área. É possível obter alta resolução espacial em uma área de maior interesse enquanto cobre uma área muito maior com menor resolução. Devido a essas características, o BRAMS foi escolhido para ser aplicado na cidade do Rio de Janeiro que, com grande contraste no relevo, alternando planícies e maciços ao longo da costa, apresenta dificuldades para circulação do ar. Posteriormente, utilizando os resultados do BRAMS é possível alimentar outro modelo, chamado de Trajetórias Cinemáticas 3D, que permite visualizar a trajetória dos poluentes em três dimensões. Assim, o objetivo deste trabalho é testar e validar os modelos BRAMS e Trajetórias Cinemáticas 3D, utilizando o episódio de emissão de fuligem pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), ocorrido em dezembro de 2010.