Resumen
A gestão ambiental tem se tornado um importante instrumento gerencial para a criação de condições de maior competitividade para as organizações. Uma parcela significativa da população tem considerado a questão ambiental em sua agenda de consumo. Contudo, apesar da relação proposta entre consciência ambiental e consumo, alguns estudos têm identificado um gap entre a consciência ambiental declarada e o comportamento de consumo. Uma das possíveis explicações para isso é a falta de confiança em relação à ética dos varejistas, havendo uma percepção de que as ofertas com apelo ambiental seriam apenas artifícios de marketing. Dessa forma, este artigo tem como objetivo analisar o efeito moderador da confiança na relação entre consciência ambiental e intenção de consumo ambiental. Para tanto, foi desenvolvida uma survey via internet junto a 696 consumidores de todo o território nacional. A amostra se caracterizou como não-probabilística. Para a mensuração das variáveis foram utilizadas escalas validadas e os dados foram analisados por meio de modelagem de equações estruturais. Os resultados demonstram que existe uma relação significativa entre consciência ambiental e intenção de consumo ambiental, mas o baixo poder explicativo do modelo aponta para o gap entre discurso e prática. Ao analisar a confiança dos consumidores como variável moderadora, percebe-se que o aumento da confiança dos consumidores torna o gap entre consciência e consumo menor.