Resumen
A disposição inadequada dos esgotos domésticos no solo e nos corpos hídricos tem incentivado o desenvolvimento de tecnologias de baixo custo e alta eficiência na inativação de microorganismos patogênicos. O presente trabalho objetivou analisar o efeito da radiação ultravioleta artificial na inativação de microrganismos patogênicos, possibilitando o aproveitamento agrícola de esgoto doméstico sem riscos microbiológicos para o produto agrícola e equipamento de aplicação. Para tal, uma miniestação implantada no Parque Zoobotânico da UFERSA em Mossoró-RN. No reator ultravioleta da miniestação de tratamento de esgoto doméstico foram utilizadas duas lâmpadas germicidas, cada um com potência de 30W. O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado com seis tratamentos (tempos de exposição à radiação ultravioleta) e três repetições. Foram coletadas amostras de efluentes para avaliação físico-química e microbiológica. Os resultados indicaram que houve redução significativa do nível populacional de coliformes totais e termotolerantes, devido à incidência de radiação ultravioleta artificial no esgoto doméstico primário; o tempo de exposição de 25 minutos foi o mais eficiente na inativação dos coliformes totais e fecais presentes no esgoto doméstico primário; a qualidade microbiológica do esgoto doméstico exposto à radiação ultravioleta permite o reuso da água para diversos fins agrícolas; e a exposição à radiação ultravioleta reduziu o risco microbiológico de entupimento de gotejadores de sistemas de irrigação localizada que operam com esgoto doméstico.