Resumen
O artigo analisa a pobreza das famílias brasileiras por meio de uma medida bidimensional que considera tanto a renda quanto a alocação de tempo. É utilizada a metodologia de Vickery (1977), em que curvas de isoquanta da pobreza são construídas para cada tipo de constituição familiar, a fim de identificar a proporção de pobres generalizados. As proporções de famílias pobres involuntárias e voluntárias são também estimadas. Dentre os resultados obtidos, tem-se que as taxas de pobreza aumentam significativamente quando o tempo é contabilizado como um recurso porque pais que trabalham, especialmente, de famílias monoparentais, muitas vezes não têm tempo suficiente para realizar as tarefas domésticas essenciais. Percebe-se também maior proporção de pobres generalizados entre as famílias monoparentais e entre aquelas com maior número de crianças. Adicionalmente, as maiores proporções de pobres involuntários são de famílias com elevado número de crianças.