Resumen
A maximização da temperatura de carbonização não deve ser vista unicamente como a solução imediata para se obter um produto com bons rendimentos, pois tal ação tem a capacidade de impactar sobremaneira a qualidade do ambiente. Avaliou-se o efeito de incrementos em temperatura nas emissões de gases, rendimentos dos produtos da carbonização e densidade do carvão vegetal. Utilizou-se madeira de Eucalyptus sp., com aproximadamente 8 anos de idade, para carbonização em mufla nas temperaturas de 400, 550 e 700 °C, coletados e analisados os gases CO2, CO, CH4 e H2. Determinou-se o rendimento gravimétrico dos produtos e a densidade aparente do carvão. O aumento da temperatura até 700 °C proporcionou a diminuição do rendimento em carvão, aumentos em gases condensáveis e não condensáveis. Houveram picos de emissão dos gases CO2 e CO partir de 200 até temperaturas próximas de 450 °C; houve liberação dos gases H2 e CH4, desde 300 até de 500 e 550° C, respectivamente. O aumento da temperatura proporcionou aumentos nas emissões de praticamente todos os Gases de Efeito Estufa (GEE). Conclui-se que a geração dos gases CO2 e CO tem tendência de estabilização e a geração dos gases H2 e CH4 apresenta crescimento progressivo com o aumento da temperatura; aumentos na temperatura promovem aumentos nos rendimentos gravimétricos em gases condensáveis e gases não condensáveis e diminuição no rendimento gravimétrico em carvão vegetal; e os incrementos em temperatura não influenciaram na obtenção de carvão vegetal com diferentes densidades.