Resumen
Não é novidade para a arquitetura e urbanismo a idéia de projetos que visam a valorização dos centros das cidades, desde a Acrópole de Péricles e de Fídias às adaptações medievais, passando pelas transformações incisivas das praças e eixos renascentistas, pelas obras paradigmáticas da Roma de Nicolau a Sixtu V e Domenico Fontana, pelas intervenções do barroco de Bernini e Borromine, pela Paris das luzes de Laugier e Pierre Patte, só realizada com a mão de ferro de Haussmann no cenário complexo da cidade industrial do XIX, ao lado de uma constelação de casos de valor, não menos emblemáticos, como a Viena da Ringstrasse, a Londres de Christopher Wren, a Barcelona de Cerda e a Lisboa de Eugênio dos Santos e Carlos Mardel, etc. Em universo quase imensurável de exemplos, sinaliza-se um pressuposto incomum nas diversas abordagens: os projetos de arquitetura e urbanismo nos centros históricos apóiam-se no profundo diálogo entre as referências simbólicas agregadas pela força da História e a utopia da construção estética comteporâneo, diante de ação política corajosa, visando o fortaleciemento do espaço umbilical ao nascimento da cidade através do seu embelezamento.