Resumen
Num momento histórico em que as forças do capital se expandem e agenciam-se sobre espaços e domínios que se caracterizam por seu uso público ou comum, como seria possível a constituição de movimentos de resistência em defesa desses mesmos espaços? Este artigo analisa um processo de luta específico que logrou conter a expansão de um mecanismo de produção de desigualdade numa pequena cidade do extremo sul baiano, situada em uma nova fronteira de expansão do capital. Em disputa, os manguezais dos municípios de Caravelas e Nova Viçosa (BA), áreas livres de uso comum, ocupadas por uma população de pescadores e marisqueiros, em aliança com outros agentes, em outras escalas, foram capazes de impedir a instalação de um grande projeto de carcinicultura. Entender os múltiplos sentidos da política implícitos nesse movimento nascido em uma pequena cidade insurgente é a tarefa a que nos propomos.